terça-feira, 26 de outubro de 2010

Patrões admitem aumento real. A hora é de mais mobilização

foto de Carolina Siedlecki

A reunião de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho na tarde do dia 25 no Sindijor mostrou que a mobilização da categoria surtiu efeito. Pela primeira vez em 14 anos os representantes empresariais falaram em aumento real. Após sepultarmos na última reunião, na Aerp, o fantasma do piso reduzido no interior, demos mais um passo rumo às nossas reivindicações. Mas a proposta patronal veio muito abaixo das nossas expectativas – e com sérios defeitos. Embora eles aceitem ampliar a licença maternidade para 180 dias, a proposta patronal exige, em troca do aumento acima da inflação, o congelamento do anuênio – hoje a única forma de progressão salarial do jornalista na empresa, capaz de distinguir quem é iniciante e quem tem anos de casa. O congelamento do anuênio representaria uma perda irrecuperável para a categoria, pois é virtualmente impossível que seja retomado no futuro. E o a aumento real que os patrões propõem – de apenas 1%, ou de pouco mais de R$ 20 – é muito abaixo dos 5,58% da nossa proposta original. E, se hoje não puseram na mesa piso reduzido, propuseram redução do adicional de hora extra, que, para eles, ficaria em escala progressiva, conforme o número de horas trabalhadas: 50%, na primeira hora além da quinta, 75%, na segunda, chegando a 100% - como é hoje para todos os casos – apenas para quem estivesse trabalhando há oito horas. Seria a contrapartida para a elevação do adicional noturno de 20% para 25%. Sobre as cláusulas sociais propostas – plano de saúde subsidiado, vale alimentação, estabilidade pré-aposentadoria de cinco anos e aumento dos comissionamentos – nenhuma palavra. Não há dúvida: apesar dos “bodes” colocados na sala e do silêncio sobre as cláusulas sociais, há avanços inegáveis nesta proposta patronal. É o indicativo de que a mobilização da categoria deu resultados e de que é preciso lutar por mais. Para melhorar a proposta patronal, vamos intensificar nossa mobilização. Temos que brigar por um aumento real maior e pelas propostas sociais. Para isso, o Sindijor terá uma série de atividades nos próximos dias. Durante essa semana, haverá visita às redações. Na quinta-feira, vamos fazer da entrega do Prêmio Sangue Bom, no Espaço Cultural dos Bancários, às 20h, um ato em defesa das nossas conquistas e pela luta por mais direitos, especialmente por aumento real. No dia 4, haverá sessões da assembleia (que está em caráter permanente) em Curitiba e no interior. Em Curitiba, haverá sessões às 11h, 13h30 e 19h30. Será ocasião de fortalecermos nossas posições para chegarmos unidos na luta por nossos direitos na negociação com os patrões, que acontece às 10h, do dia 5 de novembro, na sede do Sindijor. Aumento real já!

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